quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Gramática Normativa

     Não se deve confundir Gramática Normativa com o método normativo. De modo geral, a Gramática Normativa é sempre vista como um livro que contém regras que, quando seguidas piamente, obtém-se êxito. Muitos linguistas dizem que a gramática normativa não deve ser considerada como o manual-linguístico da verdade, pois existem várias verdades-linguísticas.
De qualquer forma, o propósito deste Blog não é articular análises com caráter comparativo entre as teorias dos linguistas( que visam a língua na perspectiva do uso) e os preceitos gramaticais.
O que se observa hoje: muitos professores de Língua Portuguesa que não dominam a Gramática Normativa( nem sequer conseguem situar-se nela) e se apoiam em teorias linguíticas para justificarem seu descomprometimento com o estudo da Gramática Normativa(teoria gramatical).
      O professor de Língua Portuguesa tem o compromisso ético de dominá-la, saber sintetizá-la, adequando-a em várias modalidades e práticas discursivas.
     Já ouvi e vi absurdos de professorezinhos de Língua Portuguesa - inclusive no contexto acadêmico: textos mal redigidos;a falta de domínio da(s) gramática(s). Esse defeito vai do mal emprego da vírgula até o uso inadequado da colocação pronominal. Há professores de português que não sabem conjugar um verbo.
    O Professor precisa, como diz Bechara ( O gramático e filólogo), se apoiar em  tais teorias para que haja, de fato, democracia no discurso - que seja possibilitada ao estudante a capacidade de ele transitar em diversos contextos linguísticos.
     Quereis vós um exemplo? Pois bem. Assistia a uma aula de um Professor de Língua Portuguesa. Os alunos tinham elaborado uma redação. Depois das explicações de transitividade verbal, concordâncias nominal e verbal, o professor é confrontado por um aluno - que lhe indaga o porquê do porquês juntos ou separados. Em seguida, esse professor não lhe sabe responder e simplesmente lhe diz que "aquilo" é "assim mesmo". O pior é quando se explica sobre crase: diz-se - aqui se põe crase porque o verbo a pede. Como se um verbo tivesse vontade própria para pedir algo.
     Outra coisa: há algo que se chama, além de Gramática Normativa, ESTILÍSTICA. Nela, se "explicam"e se justificam muitos desvios que se fazem em prol da expressividade, da instantaneidade da natureza do discurso de alguém que, como outros "alguéns"( olha a estilística aí)possui uma identidade( própria é pleonasmo). Apesar disso, nos cursos de Letras, essa disciplina, assim como o Latim, está-se ausentando aos poucos. Países como Alemanha e outros que não são, etimologicamente, latinos, estudam-na arduamente. Penso, logo escrevo: por que um Professor de Língua Portuguesa não estudaria Latim nem Estilística(?).